.'. Kleber Cavalcante de Sousa: A ECONOMIA DO LIXO

sexta-feira, 9 de março de 2012

A ECONOMIA DO LIXO

                 O Brasil é um dos Países que mais se desenvolve no mundo contemporâneo. Um desenvolvimento que traz grandes benefícios para a população em geral. Dentre esses benefícios destaco o aumento do acesso a educação, aumento de investimentos em infra-estrutura, maior poder de atração de investimentos internacionais, aumento de crédito, aumento de oferta de empregos, e o aumento de poder aquisitivo das pessoas, fatores que tem contribuído de forma decisiva para aumentar o consumo em nosso país, fortalecer o ciclo econômico.
                É importante destacar, que este crescimento econômico quando não bem planejado, que é o caso dos países em desenvolvimento, como China, Índia, Africa do Sul, e o Brasil vem gerando problemas para a sociedade, como o caso do mau uso dos recursos naturais, e a grande produção de lixo.
                Com relação ao mau uso dos recursos naturais o governo e as organizações sociais tem trabalhado orientando e fiscalizando esta ação, para tentar diminuir a degradação ambiental, através do aumento da publicidade e da fiscalização, inclusive multando os infratores. Estas ações tem alcançado alguns resultados positivos, apesar de ainda serem muito abaixo do esperado.
               Já no caso do lixo, os dados preocupam. O Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010. De acordo com o levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 quilos (kg). Ao longo de 2010, o montante chegou a 60,8 milhões de toneladas de lixo. Dessas, 6,5 milhões de toneladas não foram coletadas e acabaram em rios, córregos e terrenos baldios. Os programas de coleta seletiva também deixaram de avançar: dos 5.565 municípios brasileiros, 3.205 possuem alguma iniciativa de coleta seletiva. É verdade que estas ações visando a educação ambiental exigem o envolvimento de vários setores da sociedade, pois sem a participação da população e das organizações sociais não se alcançará o êxito desejado.
              Uma excelente iniciativa governamental foi a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aprovada pelo CONGRESSO NACIONAL, e regulamentada em dezembro de 2010. Um dos principais pontos desta política é a extinção dos lixões até 2014, o que significa que os 61% dos municípios brasileiros que ainda destinam o lixo de forma inadequada têm pouco tempo para se adaptarem. Entendo que esta ação é bastante relevante para a redução da poluição pois o plano prevê a necessidade do reaproveitamento dos resíduos sólidos, através da produção de novos insumos e até novos produtos, que podem ser produzidos aproveitando os resíduos. Neste processo de readaptação da sociedade visando adquirir a cultura da reciclagem, do reaproveitamento e do retorno dos resíduos, observo grandes oportunidades para os empreendedores sociais, que através da sua liderança, iniciativa e capacidade de mobilização podem se organizar nos municípios brasileiros criando associações e se credenciando juntos aos órgãos públicos visando dar a sua contribuição para o sucesso desta política pública, e ainda contribuir na geração de renda para as populações menos privilegiadas, visto que diversos serviços serão necessários para a implementação desta atividade, entre eles : A orientação da população, a coleta, a separação, a armazenagem, e manejo dos equipamentos para a transformação dos resíduos, etc.
               Entretanto é preciso que os gestores públicos trabalhem de forma mais contundente preparando seus municípios para esta nova realidade. Diversas ações devem ser realizadas neste sentido, entre elas destaco: Implantação de uma cultura ambiental, através de atividades nas escolas, realizar ações públicas que tratem sobre a importância da reciclagem, do reaproveitamento e da reutilização. Conceder benefícios sociais e fiscais para as empresas que menos produzirem lixo e para as que mais realizarem ações ligadas a reciclagem, firmar parcerias com instituições visando a realização de ações educativas e práticas para orientar e educar as pessoas para a redução da produção de lixo, para reciclagem, e o reaproveitamento, implantar coletores de lixo reciclável pelos diversos pontos da cidade, estimular a criação das associações de catadores, treinar e capacitar as pessoas para trabalhem pela diminuição da produção de lixo.
               Portanto, vislumbro uma grande oportunidade para o sucesso desta política ambiental, visto que além de trazer benefícios sociais, ambientais, também contribui na melhoria econômica de algumas famílias, tornando as pessoas úteis e participantes do processo produtivo. Neste sentido entendo que é preciso todos trabalhar em prol do sucesso desta política que pode transformar um problema social e ambiental, em uma ferramenta para resolvermos outro grande problema de nosso País, que a falta de renda de algumas pessoas na região do semi-árido nordestino.

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